Tenho nos últimos tempos escrito bastante sobre acontecimentos desagradáveis, olho do furacão, desilusões, decepções, processo de humildade, encontro e desencontros. Sempre um tom mais profundo e sensível de minhas intimidades, sobre assuntos relacionados diretamente com a minha família, com a minha vida.
Dia 27 de Agosto - mês do desgosto - faleceu meu irmão. Não éramos muito amigos, na verdade o que não tínhamos era muita afinidade, mas existia um amor de admiração mútua misturado com uma certa loucura que criava um vão que nos separava transformando a relação odiosa, afinal, amor, o oposto não é ódio e sim a falta de amor.
Mas o que mas me refiro nesta situação toda é que todos já se foram (minha mãe-16 anos, meu pai-1 ano e 7 meses, meu irmão-1 mês), minha família acabou, sou o último dos moicanos, agora só tenho parentes, a farra do boi acabou e me restou a conta feita para pagar. Este é meu legado.
Com isso, muito descobrindo sobre o cotidiano de conviver mais diretamente com realidades que nunca fizeram parte de minha vida, descobrindo como viver de uma nova maneira, mais simples, mais satisfatória no sentido de satisfazer-se, se é que me entendem. Aprender novos vocabulários, atitudes, posturas que se enquadrem melhor com o ambiente. Procurar o limite tênue entre o "melhor é deixa pra lá" e o "bater o pau na mesa". É sim um exercício diário além de alguns outros que aprendi e acumulei ao longo da vida e que muito me são úteis nessas horas de infortúnios. Retornei a fazer uso do poder da respiração, essencial para me trazer um minuto de paz, de stop in the name of love. Por vezes os neurônios não aguentam a quantidade de informações sobre assuntos variados e de importância variada que me assolam a mente me deixando atônito. Sei que muito porque não andava ultimamente os exercitando como se faz necessário agora, mas também não é normal o que está na pauta. É caso que mistura emocional e judicial. "Família morre e deixa um herdeiro para seu legado de infortúnios", seria um bom título, bem dramalhão, mas é isso mesmo que mais parece minha vida neste último mês. Punk total. Porém existe o reverso da fortuna - ainda bem - que no meu caso, vejo a necessidade de ser direto e preciso, rápido e resolutivo, como um aliado para o crescimento pessoal. Me deixa mais centrado, ligado comigo, visto que a palavra final tem que ser minha mesmo, a responsabilidade geral é total minha mesmo, então, tenho é que estar ligado e atento a quem? A mim! Ser leal a quem? A mim! Ser cuidadoso com quem? Comigo mesmo!
Hoje Eu Tô Sozinha
Composição: (Ana Carolina)
Hoje eu tô sozinha
E não aceito conselho
Vou pintar minhas unhas
E meu cabelo de vermelho...
Hoje eu tô sozinha
Não sei se me levo
Ou se me acompanho
Mas é que se eu perder
Eu perco sozinha
Mas é que se eu ganhar
Aí é só eu que ganho...
Hoje eu não vou falar mal nem bem de ninguém
Hoje eu não vou falar bem nem mal de ninguém...
Logo agora que eu parei
Parei de te esperar
De enfeitar nosso barraco
De pendurar meus enfeites
Te fazer o café fraco, eh!...
Parei!
De pegar o carro correndo
De ligar só prá você
De entender sua família
E te compreender, êh!...
Hoje eu tô sozinha
E tudo parece maior
Mas é melhor ficar sozinha
Que é prá não ficar pior...
Hoje eu não vou falar mal nem bem de ninguém
Logo agora que eu parei
Parei de te esperar
De enfeitar nosso barraco
De pendurar meus enfeites
Te fazer o café fraco...
Parei!
De pegar o carro correndo
De ligar só prá você
De entender sua família
E te compreender, êh!...
Hoje eu tô sozinha
E tudo parece maior
Mas é melhor ficar sozinha
Que é prá não ficar pior...
Logo agora que eu parei
Parei de te esperar
De enfeitar nosso barraco
De pendurar meus enfeites
Te fazer o café fraco...
Parei!
De pegar o carro correndo
De ligar só prá você
De entender sua família
E te compreender...
Hoje eu tô sozinha
E tudo parece maior
Mas é melhor ficar sozinha
Que é prá não ficar pior...
Não sei se me levo
Ou se me acompanho
Mas é que se eu perder
Eu perco sozinha
Se eu ganhar
Aí é só eu que ganho...
Souza Cruz S.A.
Nenhum comentário:
Postar um comentário