quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dharma (Vidas Viradas ao Vento / "Sudoeste")



Começando os trabalhos, Adriana Calcanhoto e "Sudoeste".

Não sei o porque deste título, mas entendo e traduzi para momentos na vida em que não estamos necessariamente afim de agir desta ou daquela forma mas assim será por motivos fora da alçada própria. Quando não é nossa vontade que prevalece mesmo sendo a mais certeira porque infortúnios e fatos outros insistem e influenciam o discorrer da situação e o cenário apresentado não nos colocou em estado confortável - o que não tem solução solucionado está!
Acontecimentos com proporções grandiosas como furacões, terremotos, tsunamis e outros mais, são ações da natureza que fazem parte da evolução do planeta, ou não, sei lá! Claro que alguns estão diretamente ligados a ação destruidora do homem e aí passa a ser um reflexo da natureza por tal, um grito, um aviso, uma retaliação até, digo eu. Como um sacode.
Lembro dos meus estudos sobre os ventos e seus efeitos. Aqui no Rio, região Sudeste do país, quando queremos saber as condições do mar, prestamos atenção nos ventos, muito importantes para a prática do surf, esporte tão comum na praias cariocas. Para os surfistas, o vento sudoeste - "tá entrando um sudoeste", proferem celebrando - trás mar bom para surfar. O que não é fato na vida pessoal de alguém, o mesmo acontece para os mortais banhistas não surfistas.

"... À medida que o tempo muda e ao sabor do vento sudoeste - prenúncio de perturbações de todo tipo -, o que de início se apresentava como delírio persecutório acabará assumindo feições brutais, num desafio à inteligência ..." (Vento Sudoeste/Luiz Alfredo Garcia-Roza).

Acontece com os seres humanos. Fatos deste calibre somente devem servir para o crescimento, a tal da evolução da espécie - estamos celebrando a revolucionária estada de Charles Darwin por estas bandas. Os seres vivos precisam estar sempre em transformação, para melhor, nem preciso especificar. Em muitos casos pensamos estar confortáveis o que pode ser bem perigoso, corre-se o risco de acomodação. Não evolui quem parado está. Sei que a calma, o estar tranquilo é bem mais desejado, mas existe um limite bem tênue entre ser na verdade uma forma vegetativa de existir.
Vegetais também são seres vivos, mas o que nos diferencia dos não pensantes, é que possuímos o livre arbítrio. Podemos dizer em muito que somos responsáveis por nossas escolhas, o que não anula o fato de que, em certas ocasiões, também o seremos mas só que sem escolhas. Então, que sejam esquecidos princípios, conceitos, afirmações, etc etc etc.


Sudoeste

Composição: Adriana Calcanhotto/ Jorge Salomão

...tenho por princípios
Nunca fechar portas
Mas como mantê-las abertas
O tempo todo
Se em certos dias o vento
Quer derrubar tudo?...






Dharma Initiative Cigarettes

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