domingo, 26 de abril de 2009

Haiti ("Novas Diretrizes em Tempos de Paz")



"Novas Diretrizes em Tempos de Paz", de Bosco Brasil, é o título de uma peça teatral que assisti montagem anos atrás na Casa de Cultura Laura Alvim, e agora sairá também o filme com direção de Daniel Filho. Fiquei fascinado com o espetáculo. Texto dinâmico, denso, forte, figurino enxuto, cenário bem resolvido, iluminação super competente, direção bem amarrada e o trabalho dos atores impecável.

O texto conta a história de um polonês refugiado que tenta conseguir seu visto de entrada no Brasil.Tudo se passa em 18 de Abril de 1945. Os combates já cessavam na Europa, mas o Brasil ainda se encontrava tecnicamente em guerra. O embate entre o interrogador alfandegário e ex-torturador da Polícia Política de Vargas e o polonês, ex-ator que viveu os horrores da guerra mas era suspeito de ser um nazista fugitivo, se desenrola na sala de imigração do Porto do Rio de Janeiro. A peça retrata um período crítico e fala de maniqueísmo e de luta pela vida.
Pois é, não resolvi escrever sobre o tema com o objetivo crítica teatral, não mesmo, apenas pego como inspiração para falar do que, na sinopse, aparece na última frase: maniqueísmo e a luta pela vida e, também, a linha segundo a qual se traça um plano de qualquer caminho, um conjunto de instruções ou indicações para se levar a termo uma meta ou alvo. Me pergunto: em tempos de paz ou em tempos de guerra? Pode ser em ambos. É sempre necessário que se tenha uma diretriz a ser seguida, seja em que tempo for.
Difícil andar na linha, menos para os trens. As vezes tem-se a vontade de sair fora, de mudar tudo, dar uma de louco e "chutar o balde". Mas quem é o "balde"? Então é melhor seguir bem bonitinho até para, vez por outra, se dar ao luxo de cometer uma "loucurinha", isto mesmo, no diminutivo, nada de se perder.
Assim como no texto da peça, a mudança feito pelo polonês em busca de vida nova, novos horizontes, esperanças por ele renovadas por uma vida melhor, é bem isto que queremos quando decidimos mudar, e faz-se necessário que um plano de ação esteja bem alinhavado em mente e as ações sejam de encontro a ele, se for diferente, corre-se um grande risco de não ser alcançada a meta proposta. As vezes penso: chato né? Careta, mas e daí? A vida real é assim, e se conseguirmos levar da forma mais relax possível, sendo responsável com a vida, poderemos aproveitá-la bem melhor. Tudo tem um custo e benefício, é aritmético, basta fazer seu próprio cálculo e avaliar o resultado. Não adianta ficar procurando por algo que seja somente isto ou aquilo, prazeroso e lucrativo ao mesmo tempo - é o objetivo de todos nós mas conseguir é uma dádiva, para poucos. Sempre irá existir um lado B, então é melhor fazer aquilo que goste, se puder, é claro.
Agora, e as ações? O que devemos realmente aceitar e/ou fazer para alcançar os objetivos propostos? Onde estará a liberdade em determinados casos que não vão de encontro aos nossos, ou aos gerais, códigos de ética? Para os maniqueus, haviam duas divindades supremas a presidir o universo: o princípio do Bem e o do Mal – a luz e as trevas. Como consequência moral, afirmavam ter o homem duas almas. Cada uma presidida por um desses dois princípios. Logo, o mal é metafísico e ontológico. A pessoa não é livre nem responsável pelo mal que faz. Este lhe é imposto. Deve ser isto mesmo, me conforta quando tenho que agir de uma forma a qual não concordo exatamente, mas por um objetivo maior e desde que não esteja fazendo mal à ninguém, incluindo a mim, está tudo certo.
Nem sempre foi assim, mas a vida ensina, e como ensina.

http://www.novasdiretrizes.com.br/



Cibrasa Ind. e Com. de Tabacos S.A.

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