quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Le Grand Blanc (Consciência no Feriadão / "Kizomba, Festa da Raça")



Hoje, 20 de Novembro, feriado em mais de 200 cidades brasileiras, é celebrado como Dia da Consciência Negra. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e como um símbolo de liberdade.

Aproveite bem que será um belo feriadão. Consciência sempre.
Em respeito ao meus queridos leitores, senti necessidade em explicar que este post será construído com muitas citações do Wikipédia(links abaixo), sempre em destaque. Este é um assunto que me instiga bastante ainda mais por ser brasileiro natural do meu Rio de Janeiro e ter a consciência de que nossa formação é miscigenação total.
Desde a chegada dos primeiros colonos portugueses assistiu-se à
miscigenação em massa com os índios. Décadas depois, com a chegada de escravos negros, formou-se uma população trí-híbrida formando a raiz étnica do povo brasileiro. Os portugueses já trouxeram para o Brasil séculos de integração genética e cultural de povos europeus, como os Celtas e Lusitanos. A tentativa do governo brasileiro em "branquear" a população marcou o século XIX. O governo libertou os descendentes de africanos, mas não deu assistência social aos ex-escravos, que foram abandonados à própria sorte. Em poucas décadas verificou-se que a população de origem "negra e mestiça" foi superada pela população "branca". O casamento entre imigrantes europeus e brasileiros apenas alterou o fenótipo. Geneticamente, a população brasileira continua mestiça. Nos censos brasileiros, a maioria da população brasileira continua se classificando como branca (49,9%), uma parcela considerável como parda (43,2%) e um número muito reduzido como preta (6,3%). Fato que, geneticamente, o Brasil tem uma esmagadora maioria mestiça, e não branca como mostram os censos: 86% dos brasileiros têm mais de 10% de genes africanos. Ou seja, apenas 14% dos brasileiros são geneticamente brancos, número bem inferior aos quase 50% dos censos do IBGE. A tentativa de grande parte dos brasileiros pardos em se classificarem como brancos e brasileiros negros em se classificarem como pardos no censo é fruto de um racismo velado enraizado na cultura do País, onde a mídia ainda impõe um padrão de beleza ariano.



Sem falso moralismo, entendo que alguns mais, outros menos e tantos quase nada, possuem mistura. Isto deve ser praticamente impossível - sabe-se lá o que aconteceu no decorrer da árvore geneológica?

Brinco em determinados momentos, quando me aborreço com atitudes/tratamentos de algum integrante da raça negra, dizendo que "eu cheguei nas Caravelas, mas sentindo a brisa do mar". Representa minha liberdade, literal!



"Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena e/ou do negro." (Gilberto Freyre)

Os termos negro ou negróide são utilizados na classificação de grupos humanos adotada em antropologia correspondendo a uma raça. A noção de raças humanas do ponto de vista da Biologia é atualmente muito contestada, no entanto no âmbito sociológico considera-se importante o estudo das características fenotípicas humanas e sua interpretação do ponto de vista social, sendo os grupos daí derivados, a grosso modo chamados de grupos raciais. No Brasil, pessoas com ascendência africana, mas que não possuam características fenotípicas deste grupo racial não são contabilizadas.
A palavra "preto" aparece no século X e designa uma pessoa de pele escura, mais particularmente originária da África subsariana. A palavra "negro" passa a ser adotada no século XV com a escravização de africanos por portugueses. Por conseguinte, um dos primitivos sentidos da palavra negro era "escravo". Para alguns sociólogos, a palavra "negro" não possui conotação pejorativa, e que o receio em utilizar o termo dito correto se deve ao fato da sociedade brasileira, ao contrário do que pensa o senso comum, possuir uma forte carga racista em relação ao negro, oculta pelo mito da democracia racial.

Este assunto de democracia racial traz à sociedade questões polêmicas em torno de direitos sociais, prestações de contas devidas em tempos outros, pagamento de injustiças cometidas ao longo dos séculos. Não sou Caetano, não entro em polêmicas. Se percebo injustiça cometida, procuro me colocar, tomar posição segundo minhas convicções. Respeito, direitos e deveres são pertencentes a todos. Bom ter cuidado com culpas e seus sintomas. Não se pode deixar sentimentos que deveriam ser conscientes e agregadores para um crescimento em conjunto - como deve ser uma sociedade saudável - se transformem em rebeldia, violência, descaramento ... bagunça. Tão pouco baixar a cabeça e fechar os olhos para a exploração humana arraigada, imposição de poder, situações de constrangimento que podem ser sofridos por qualquer classe não dominante(=força/poder).



("Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós")


Zumbi (Alagoas, 1655 - Viçosa, 20 de novembro de 1695) foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares.

Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói de Palmares e sim Ganga-Zumba:



"Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.[...]"

A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano quimbundo "nzumbi", e significa, grosso modo, "duende". No Brasil, Zumbi significa fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite.

Pois é!
Bom feriadão.
("Valeu Zumbi")



http://pt.wikipedia.org/wiki/Miscigena%C3%A7%C3%A3o

http://pt.wikipedia.org/wiki/Negros

http://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_racial_no_Brasil

http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares

Kizomba, Festa da Raça

Composição: Rodolpho / Jonas / Luís Carlos da Vila

Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sarcedote ergue a taça
Convocando toda a massa
Nesse evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Reza ageum e Orixá
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Valeu
Valeu Zumbi






CABO FRIENSE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CIGARROS LTDA

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