sábado, 7 de novembro de 2009

21 (Night&Day / "O Que Será (À flôr da pele)")



Sábado à noite e sempre a mesma questão: O que fazer? Onde ir? Sair e me esbaldar ou me preservar para curtir um Domingão bacana? Sim! Porque curtir significa bem cedo, apesar de gostar muito da noite e seus encantos, hoje em dia não me vejo como em tempos outros, de forma alguma. Muita coisa mudou inclusive meu tempo de estada aqui na Terra. Hoje mais maduro pondero bastante, isso se estou bem consciente e com mente aberta, senão pondero é nada e depois, claro, pago pela escolha - o tal livre arbítrio atuando. Sinto também que a Cidade Maravilhosa não é mais a mesma, digo no sentido de segurança, estresse, pressa, alucinação, violência, drogas, a adolescência cada vez mais curta, a tecnologia invadindo geral, o ética, a decência, o bem estar, a compreensão, a amizade, o carinho, a gentileza ... o amor. As vezes confunde-se sair na noite em busca não de diversão e arte, mas sim de afeto e atenção, saciar uma sede de carinho e amor. Isto alguns, outros preferem sair alucinados e sem direção em busca de algo, qualquer algo que possa matar ... o vazio. Mas que vazio é este afinal? Sei lá eu! Também sofro por vezes a "Síndrome da Sexta-feira". Sei que hoje é sábado, mas funciona como um extensão. A diferença é que só tem o Domingo para aproveitar com a Cidade viva para a vida, vida de relax, de rua, de praia, sol, céu e mar. É isto que o meu Rio de Janeiro tem de melhor para oferecer. Melhor curtir. Como é bom chegar na praia com o dia ainda começando - tem amigos que dizem que qualquer dia pego Iemanjá de camisola - curtir o silêncio, o canto dos pássaros, as ondas quebrando com leveza, uma sedução matinal saudável e prazerosa.
Agora ... não posso deixar de assumir que a noite encanta com seus mistérios, seduz.
Com o tempo não há mais condição de conseguir aproveitar ambos, dia e noite, não necessariamente nesta ordem. A necessidade de descanso é fatal. Sem chance de ser diferente; algo sai errado, então o melhor a fazer é optar sabendo que algo está sendo preterido, é só pensar bem no melhor naquele momento, no que se apresenta como real, o que apazigua o coração e a mente. Conseguindo isto, está feito!
Mas O que será que me dá?

O que será (À flor da pele)

Composição: Chico Buarque

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
E todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo




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