terça-feira, 17 de novembro de 2009

Club One Red (Descobertas na Solidão do Acaso / "Cálice")



Post passado escrevi estranho e comentei que venho falando muito de mim por aqui, me revelando. Tenho sentido necessidade. Bom ter um lugar onde eu possa me confessar, aprender, descobrir, me expressar, compartilhar. Feito virtualmente então ... evita-se interações
desnecessárias. Mas como saber sem dar chance? Ainda não aprendi. Venho pensando na solidão, na solidão do acaso, aquela não opcional, podendo ser imposta ou sugerida talvez. Me amedronta mais que a morte. Esta não temo. Não vi registro de alguém que a conhece, já a solidão ...
Andei nos posts anteriores citando Madonna e sua presença por terras cariocas. É cíclico comigo. Depois de uma imersão em Madonna, geralmente Maria Bethânia baixa e aí ... Pode pintar Gal no meio(ops! Sem trocadilhos) mas por vezes nem tempo dá. Bê chega geral com seu envolver quase espiritual - ela já foi, tá em outro patamar - me levando para o sentimentalismo que beira o deprê se levado à risca. Melhor tomar cuidado.
Tenho lembrado muito de meus pais, os reconhecendo em mim. Atitudes, ações, pensamentos que me ligam a eles direto, nada de diferente, algo de cotidiano até. Como os exemplos na formação de um indivíduo são importantes! Os bons! Claro! E muito tenho identificado à este respeito em mim.
Salve, Salve!!!
Grato.
Este poderia ser um post minimalista mas tenho bastante em mente e no coração.
Como já disse antes - redigo muito - acabei ficando órfão de família. Herdei dificuldades mil, decepções tamanhas ... Me pego pensando, relembrando, enraivecendo, acalmando, domando, percebendo, aceitando, não aceitando as vezes até meu próprio eu. Também descubro e gosto bem do que vejo. É um equilíbrio. Está bem se for assim, mas quando faz-se necessário o calar-se, deixar passar ... Releve! - Me dizem uns. Bem verdade que me acalma, me sinto mais confortável quando consigo apaziguar meu coração e mente e isto só possível se extravaso de alguma forma ... nem que seja em um "Cálice" de vinho tinto de sangue.

"Pai, afasta de mim esse cálice!"

Cálice

Composição: Chico Buarque de Hollanda /Gilberto Gil

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue


Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embreagar até que alguem me esqueça






CIA SULAMERICANA DE TABACOS

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