domingo, 27 de dezembro de 2009

Minister (Um Olhar Bucólico Sobre Botafogo)



Como é de conhecimento dos meus inúmeros leitores - ??!! - não tenho convivido diariamente com minha querida Ipanema nos últimos 6 meses. Passei uma temporada na parte Oeste da Cidade - foi eterno enquanto durou - e agora estou na tradicional Botafogo, bairro com fama ser "de passagem" por ter importante ligação do Centro à outros bairros Cariocas.

Esta foi uma saída estratégica, importante "um passo atrás para depois, dois à frente" - no mínimo, espero! Com isso, uma estada na Zona Oeste se fez necessária, tempos bicudos, período de reflexões, momento de exercícios importantes de paciência, persistência, abstinência e o mais importante, de humildade, tudo com amor. Importantíssimo! Procuro ser grato e aproveitar da melhor forma possível, procurar fazer valer o potencial do local, embora o lado B não se faça de "egípcio", não fica no silêncio sendo discreto. Passei, com louvor. Tudo passa, o que é bom e o que é ruim também ("Nada como um dia após o outro, tenha esta virtude de esperar"). Agora já de volta a parte Sul da Cidade Maravilhosa, me instalei em Botafogo, onde já foi endereço de nomes expressivos no cenário artístico/cultural e político do país. Deve ser até hoje, a diferença é que me refiro à tempos outros quando a vida era mais tranquila, calma, contemplativa, simples e eram menos nomes, menos transeuntes, menos poluição, menos informação, menos, ou diferentes, afazeres domésticos e etc etc etc, esta é uma visão que tenho quando ando pelas ruas de Botafogo e vou me maravilhando com a arquitetura de casas imponentes ainda restantes símbolos de um período áureo do lugar. Tempo de grandes mansões com quintais e pomares, muito verde, ruas estreitas, geografia exuberante como é costumeiro - graças ao bom Senhor - na Cidade Maravilhosa (não me canso de repetir isso). Neste período deveria ser, com certeza, muito mais fácil conhecer vizinhos, saber quem mora ao lado - hoje em dia seria por cima, por baixo, por todos os lados, o que dificulta e até é auspicioso não se tornar muito popular, é bom um pouco de anonimato. Claro que deveriam ter inúmeros contratempos - nada é perfeito - mas que deveriam ser tempos bem mais tranquilos e bucólicos que os atuais ... ah! Isso sim! O que não me impossibilita, por vezes, me transportar para épocas que só tenho conhecimento literário - tenho saudades de um tempo que nem vivi.
Estando agora bem confortável no meu RêCanto, tenho a oportunidade de apreciar Botafogo por cima, de uma cobertura bem localizada no coração do bairro com um visual para três dos mais famosos cartões postais do meu Rio de Janeiro: O Corcovado, o Cristo Redentor e o Pão de Açucar, uma beleza. Vejo também um pouco do casario antigo, suas vilas contruídas no século passado para trabalhadores de fábricas e indústrias que começavam, mais uma vez, a mudar o cenário urbano. Antes eram grandes chácaras, isso até século XIX, depois, vilas, aterros, túneis, shopping, prédios, empresas, metrô, favelas ... e o Rio de Janeiro continua lindo!







Souza Cruz S.A.

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