quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Lucky Strike (Glamour e Paixão / "Cantores de Rádio")



Passei uma data sem escrever algo novo por aqui. O calor incandescente na minha Cidade Maravilhosa, não me deixa muito à vontade de sentar e colocar a mente para funcionar. Fico impaciente. Os dias estão corridos, as infos vem a galope, é muita notícia e pouca informação, um estresse só, e neste início do ano, a TV nos deu o privilégio de entrar - um pouco apenas - em contato com o cotidiano dos anos 40 e 50 com a minissérie "Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor". Um brilhante trabalho de toda ficha técnica, em especial para Adriana Esteves que reencarnou a própria. Os cantores, bailarinos, o Cassino da Urca, os carros de época, o figurino, as locações, a direção de arte como um todo e mais do que tudo ... as canções, profundas, reais, dramáticas, passionais, apaixonadas, vingativas, ciumentas ou o que quer que tenha sido a inspiração que levou o artista a expressar de forma tão humana e sensível. Maravilhoso! Tinha bastante tempo que algo não me prendia diante da TV e muito menos me fazer esperar ansioso para assistir. Claro que a vida de Dalva de Oliveira com Herivelto Martins foi um folhetim só. E o melhor de tudo - para a canção brasileira e nós, fãs - foram as canções com letra
lavação de roupa suja que se tornaram clássicas. A voz de Dalva já era um encanto. Conhecida como a Rainha da Voz, ela fez parte de uma época em que a grande vitrine era o rádio. A TV ainda não havia se popularizado por estas bandas, e os programas de auditório nas rádios, como a Nacional e a Mayrink Veiga, eram a única possibilidade de ver/ouvir ao vivo as grandes vozes, que se tornaram ídolos no sistema de Rainhas do Rádio. Havia o Rei da Voz - Francisco Alves - mas Rainha da Voz somente uma: Dalva de Oliveira, que alcançou maior projeção após separação de Herivelto com canções eternas.
Era um período de marchinhas de Carnaval, das brincadeiras inocentes, dos galanteios - nossa! Que antigo, mas que saudoso também - dos boleros, dos tangos, os sambinhas, as dores de cotovelo, os amores impossíveis ...
O que mais me chamou a atenção foi o cotidiano, as ruas com crianças nas calçadas, o café no Centro, as casas grandes, o bate papo descompromissado, o passeio contemplativo pelas ruas, as vestes mais elegantes, o cheiro de $ no ar. Parece ser um Rio melhor sucedido, impressão talvez. Como sempre digo, tenho saudades de um tempo que não vivi, mas que com certeza mais glamour e paixão deveriam existir ... ah! Isso sim!


Salve Salve os Cantores do Rádio!



Cantores de Rádio (marcha)

Composição: Alberto Ribeiro, João de Barro e Lamartine Babo - 1936

Nós somos as cantoras do rádio
Levamos a vida a cantar
De noite embalamos teu sono
De manhã nós vamos te acordar
Nós somos as cantoras do rádio
Nossas canções cruzando o espaço azul
Vão reunindo num grande abraço
Corações de Norte a Sul

Canto pelos espaços afora
Vou semeando cantigas
Dando alegria a quem chora
Bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum
Canto, pois sei que a minha canção
Vai dissipar a tris.......teza
Que mora no teu coração

Canto para te ver mais contente
Pois a ventura dos outros
É alegria da gente
Bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum
Canto e sou feliz só assim
Agora peço que can.....tes
Um pouquinho para mim






SOUZA CRUZ S/A

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