Hoje é sábado e inicio o dia escrevendo sobre uma badalada, famosa e bem sucedida relação afetiva: o dono e seu animal de estimação. A mais comum, sem sombra de dúvida, é com cães. Caminhando pela cidade, a zona sul especificamente, reparo na profusão de cães passeando pelas calçadas geralmente na companhia de uma nova e comum profissão: o passeador de cachorros. Por uma pequena quantia já é possível delegar esta função, embora concorde que deve ser bem prazeroso, para quem gosta, fazer um passeio com seu afeto canino, além de ser bem interessante ver cenas que adoro, tipo - veja se concorda - "donão" e seu cachorrinho, ou o contrário, cachorrão de seu "doninho"; não é hilário? Será que "pai" Freud explica? Sei lá. E já reparou como o animal de estimação fica, com o tempo, a cara de seu dono e vice-versa? Seja por falta de tempo ou comodidade, é fato que encontro rapazes tentando administrar as vezes 8 cães ao mesmo tempo - não sei como se entendem; os cães, eu digo - e reparo como até nesse meio a "moda" se faz presente alternando raças mais comuns na temporada; já teve o tempo do Pastor Alemão, do Dobermann, do Setter, do Dálmata e até do Piquinês! (lembra? Ô caõzinho estranho, na minha casa tinham dois, uns amores, mas muito temperamentais), e hoje é a vez do Golden Retriever. Ainda me impressiono como até hoje pessoas não recolhem a sujeira que seus animaizinhos de estimação deixam nas calçadas; é um horror ter que caminhar vendo, sentindo e até (URGH!) pisando nisto, sem falar na urina que fica por lá não sendo diferente dos sólidos; é uma loucura. Eu não tenho um animal de estimação há alguns anos, mas já tive alguns no meu tempo de criança, e sempre curtir os exóticos - se é que posso chamar coelho, tartaruga, mico e peixe de exóticos - mas diria diferentes. Já tive cachorros e adorava, a diferença, a grande diferença, é que foi em época que eu morava em casa com minha família, era outra estrutura, muito mais confortável para mim e mais ainda para o animal, que encontrava espaço para viver livremente dentro de suas possibilidades. Quem ama cuida, liberta.
Vejo também como proliferaram as lojinhas Pet Shop, onde é possível encontrar de um tudo para seu animalzinho de estimação: são bolsas de grife, roupinhas, sapatinhos, coleiras mil com mil utilidades, biscoitinhos, guloseimas, apetrechos e etc. E comidas? Vários tipos. É um mercado bem lucrativo. Com grana, seu cão, gato e afins pode sair um pertencente da família real animalesca, existe até SPA para animais. É uma atividade bem dispendiosa. Me impressiono, ainda, com este movimento todo em torno dos animais de estimação; concordo ser uma companhia e que tais, mas existem casos que beiram ao exagero, ainda mais se levarmos em consideração a situação de miséria e desasistência em que vivem milhares de seres humanos; mas não estou aqui para fazer qualquer tipo de avaliação ou pré julgamento sobre a prática afetiva da humanidade - não - de forma alguma, até porque, domesticar animais é prática antiga, e põe antiga nisso.
É, são novos tempos e novas possibilidades. Ou antigos, quem deve estar fora talvez seja eu. Possível, já que a domesticação é um processo utilizado desde a pré-história e ao longo de milhares de anos, e esse processo acarretou modificações em várias características originais dos seres vivos domesticados, chegando em muitos casos ao desenvolvimento de dezenas de raças, como os cães e gatos, este outro campeão de audiência nos lares. Quando esta prática começou? Não sei e não há registro que especifique, mas é fato que hoje temos uma lista de animais que podem ser domesticados podendo conviver intimamente com os seres humanos, o que acaba sendo ao mesmo tempo benéfica e maléfica pois também sofremos as consequências de problemas ambientais gerados pela domesticação em grande escala. Mas isso não vem ao caso, o importante é, já que eles existem e estão em nosso convívio, que isto seja feito da maneira mais civilizada possível. Afinal de contas, nós somos seres civilizados, ou não?
SOUZA CRUZ S/A
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