Ainda envolto pelo assunto do post anterior, me pego pensativo e reflexivo sobre os costumes e o cotidiano transformados pelos adventos da vida moderna. São tantos afazeres que nem sei como dou conta - será que consigo? Esta é uma pergunta que por vezes me faço, mas sempre dá certo, quando não, paciência. Fico pensando como se viram pessoas que tem filhos, animais de estimação, mais de um emprego para manter o orçamento, estudam e trabalham e cuidam do marido, da esposa, do amante ou sei lá mais o que e tem que cuidar do corpo, da saúde, da espiritualidade, do ... , não dá, definitivamente é querer estar no limite da loucura. Minha família era assim, imagina só? Nem sei como era possível, mas era. Eu não tenho a metade de todos estes compromissos, assim como a maioria das pessoas com as quais me relaciono e, mesmo assim, vivemos dizendo que não temos tempo para nada; o barato é que sempre temos tempo para tudo, estamos sempre em atividade e aptos para mais algum programa, dá sim, é só se organizar e não perder tempo com firulas. E ainda por cima podemos nos considerar privilegiados se levarmos em consideração o país que vivemos, a cidade que estamos onde realidades tão diferentes vivem lado à lado, mas isso é assunto para outro momento.
O que mais chama a minha atenção é que além do que precisamos aprender e tomar conhecimento e todas as atualizações necessárias que são requisitadas pela vida moderna, ainda se tem que encaixar as outras que já faziam parte de nosso cotidiano desde sempre, as quais é impossível deixar de lado. São os assuntos domésticos, os da vida particular, os emocionais, os sociais e familiares e etc; alguns individuais e intransferíveis. Todos temos nosso cotidiano, nossa rotina necessária que nos faz manter um ritmo e na maioria das vezes enfadonha, sim, porque rotina pode dar um centro, uma direção, um norte, um conforto, tornar a vida mais prática, mas que é enfadonha, ah! Isso é. O que não quer dizer não ser possível uma adaptação e levar a coisa na maciota. Isto faz com que o estar aqui e agora, fique mais prazeroso, só desta forma podemos nos dar ao luxo de alguns momentos de descontração e felicidade.
Alguns fatores já estão tão pré-determinados e resolvidos, não por nós, mas por outros que já experimentaram e deu certo, que criaram e funcionou, que descobriram e divulgaram ao demais, que nomearam , que perceberam, que não é preciso questionar nada, e é melhor que não se questione mesmo, é só, simplesmente, seguir seguindo, diariamente.
Diariamente
Composição: Nando Reis
Para calar a boca: rícinoPra lavar a roupa: omo
Para viagem longa: jato
Para difíceis contas: calculadora
Para o pneu na lona: jacaré
Para a pantalona: nesga
Para pular a onda: litoral
Para lápis ter ponta: apontador
Para o Pará e o Amazonas: látex
Para parar na Pamplona: Assis
Para trazer à tona: homem-rã
Para a melhor azeitona: Ibéria
Para o presente da noiva: marzipã
Para Adidas, o Conga: nacional
Para o outono, a folha: exclusão
Para embaixo da sombra: guarda-sol
Para todas as coisas: dicionário
Para que fiquem prontas: paciência
Para dormir a fronha: madrigal
Para brincar na gangorra: dois
Para fazer uma toca: bobs
Para beber uma coca: drops
Para ferver uma sopa: graus
Para a luz lá na roça: duzentos e vinte volts
Para vigias em ronda: café
Para limpar a lousa: apagador
Para o beijo da moça: paladar
Para uma voz muito rouca: hortelã
Para a cor roxa: ataúde
Para a galocha: Verlon
Para ser "mother": melancia
Para abrir a rosa: temporada
Para aumentar a vitrola: sábado
Para a cama de mola: hóspede
Para trancar bem a porta: cadeado
Para que serve a calota: Volkswagen
Para quem não acorda: balde
Para a letra torta: pauta
Para parecer mais nova: Avon
Para os dias de prova: amnésia
Para estourar pipoca: barulho
Para quem se afoga: isopor
Para levar na escola: condução
Para os dias de folga: namorado
Para o automóvel que capota: guincho
Para fechar uma aposta: paraninfo
Para quem se comporta: brinde
Para a mulher que aborta: repouso
Para saber a resposta: vide-o-verso
Para escolher a compota: Jundiaí
Para a menina que engorda: hipofagin
Para a comida das orcas: krill
Para o telefone que toca
Para a água lá na poça
Para a mesa que vai ser posta
Para você, o que você gosta:
Diariamente.
R.J. Reynolds Tobacco Company
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